Introdução a Administração - Prof. Ervino

Compilado r Organizado - Prof. Ervino Paulo Vogelmann




Temas selecionados para o curso de preparação para o Concurso do INSS/2011.

A teoria administrativa sob a ótica de MAX WEBER.


Conteúdos:


1. Noções de Teoria da Administração: planejamento, organização, direção e controle; ética e cidadania nas organizações; Princípios de Responsabilidade Socioambiental; Comunicação Institucional;

2. Atendimento - Código de Defesa do Consumidor; Noções de Gestão pública

3. A Reforma e Revitalização do Estado;

4. Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho

5. Atendimento de qualidade - eficiência, eficácia e efetividade; O Papel do Aten



Í N D I C E

1 - Administração. 2

1.1 - Conceito de Administração. 2

1.2 - Teoria Geral da Administração. 3

1.3 - As Principais Teorias Administrativas e seus Principais Enfoques. 3

1.4 - Abordagem Clássica da Administração - Administração Científica. 3

1.5 - Princípios da Administração Científica: 4

2 - Fordismo. 5

2.1 - Princípios fordistas: 5

3 - Toyotismo: 6

4 - Teoria Clássica da Administração. 7

4.1 - Fayol estabeleceu as Funções Básicas da empresa, a seguir: 7

4.2 - Considerações sobre a Teoria Clássica: 8

5 - Abordagem Humanística da Administração Teoria das Relações Humanas. 8

6 - Abordagem Neoclássica da Administração. 9

7 - Abordagem Estruturalista da Administração Modelo Burocrático da Administração. 9

7.1 - Teoria Estruturalista da Administração. 10

8 - Abordagem Comportamental da Administração Teoria Comportamental da Administração. 10

9 - Principais Teorias sobre Motivação: 10

10 - Teoria do Desenvolvimento Organizacional (D.O.) 11

11 - Abordagem Sistémica da Administração. 11

12 - Modelo Sociotécnico de Tavistock. 12

13 - Características da Organização como Sistemas Abertos. 12

14 - Abordagem Contingencial da Administração Teoria da Contingência. 13

15 - Tipologia de Ambientes. 13

Este livro trata de mudanças que já ocorreram; [1]portanto, em cima das quais os executivos podem e devem agir e daquilo que eles podem criar - o futuro. Em sua primeira parte, aborda o trabalho do executivo e as mudanças que colocam em questão as hipóteses e práticas que até hoje eram dadas como certas. Também analisa as implicações da emergência da informação como principal recurso do executivo e da organização.

Peter Drucker, 256 p.

1 - Administração[2]

1.1 - Conceito de Administração

Ato ou processo de gerir, reger ou governar negócios públicos ou particulares. A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para algo) e minister (pessoas), e designa o desempenho de tarefas de direção dos assuntos de um grupo. Sendo utilizada em especial em áreas com corpos dirigentes poderosos, como por exemplo, no mundo empresarial (administração de empresas) e em entidades dependentes dos governos (Administração pública). Outro sentido da palavra refere-se à administração (ou seja, à oferta) de sacramentos, de justiça, medicamentos, etc. Gestão passou a significar de forma mais comum a interferência direta dos gestores nos sistemas e procedimentos empresariais. Em Contabilidade, por exemplo, podem ser observados dois tipos de gestores: aqueles que observam os preceitos científicos da matéria ou interferem ao fim do sistema (output), e aqueles que interferem em qualquer fase do sistema (input, processamento, output). Isto significa que tais processos são efetivados pelo poder de liderança enfocado por cada um.

1.2 - Teoria Geral da Administração

As teorias da Administração podem ser divididas em várias correntes ou abordagens. Cada abordagem representa uma maneira específica de encarar a tarefa e as características do trabalho administrativo. São elas:

* Abordagem Clássica da Administração

* Abordagem Humanística da Administração

Administração Cientifica Teoria das Relações Humanas

Teoria Clássica da Administração

* Abordagem Neoclássica da Administração

* Abordagem Estruturalista da Administração

Teoria Neoclássica da Administração Modelo Burocrático da Administração

Administração por Objetivos (APO) Teoria Estruturalista da Administração

* Abordagem Comportamental da Administração * Abordagem Sistémica da Administração

Teoria Comportamental da Administração Tecnologia e Administração

Teoria do Desenvolvimento Organizacional (D.O.) Teoria Matemática da Administração

Teoria de Sistemas

* Abordagem Contingencial da Administração * Novas Abordagens da Administração

Teoria da Contingência

1.3 - As Principais Teorias Administrativas e seus Principais Enfoques

A Teoria Geral da Administração (TGA) começou dando ênfase às tarefas, com a Administração Científica de Taylor.

Depois, a preocupação básica passou a ser a estrutura, com a Teoria Clássica de Fayol e a Burocrática de Max Weber, seguindo-se mais tarde da Teoria Estruturalista.

A reação humanística surgiu para dar ênfase às pessoas, por meio da Teoria Comportamental e pela Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO).

A ênfase no ambiente veio com a Teoria dos Sistemas, sendo completada pela Teoria da Contingência. Esta, posteriormente, enfatizou a tecnologia.

Cada uma dessas cinco variáveis (tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia) provocou a seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no desenvolvimento da TGA, já que cada teoria administrativa procurou privilegiar ou enfatizar uma dessas cinco variáveis, omitindo ou deixando em segundo plano todas as demais.

1.4 - Abordagem Clássica da Administração - Administração Científica

Taylorismo ou Administração Científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é considerado o pai da Administração Científica.

A expansão industrial norte-americana necessitava de intensa mão-de-obra. Esta era oriunda, na maior parte, do meio rural e do grande contingente de imigrantes europeus e asiáticos que chegavam aos Estados Unidos fugidos das guerras. Taylor tinha dois grandes problemas: a ineficiência das indústrias e os altos custos de produção.

Os primeiros estudos desenvolvidos por Taylor em relação ao desenvolvimento de pessoal e seus resultados acreditavam que oferecendo instruções sistemáticas e adequadas aos trabalhadores, ou seja, treinando-os, haveria possibilidade de fazê-los produzir mais e com melhor qualidade.

Em relação ao planejamento a atuação dos processos: achava que todo e qualquer trabalho necessita, preliminarmente, de um estudo para que seja determinada uma metodologia própria visando sempre o seu máximo desenvolvimento.

Em relação à produtividade e à participação dos recursos humanos: foi estabelecida a co-participação entre o capital e o trabalho, cujo resultado refletiu em menores custos, salários mais elevados e, principalmente, em aumentos de níveis de produtividade.

Em relação ao autocontrole das atividades desenvolvidas e às normas procedimentais: introduziu o controle com o objetivo de o trabalho ser executado de acordo com uma seqüência e um tempo pré-programados, de modo a não haver desperdícios operacionais. Inseriu, também, a supervisão funcional, estabelecendo que todas as fases de um trabalho deviam ser acompanhadas de modo a verificar se as operações estavam sendo desenvolvidas em conformidades com as instruções programadas. Finalmente, apontou que estas instruções programadas deviam, sistematicamente, ser transmitidas a todos os empregados.

Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho dos operários. Sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e das partes para o todo; dando ênfase à tarefa. Para ele a administração tinha que ser tratada como ciência.

Organização Racional do Trabalho (ORT):

Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio; Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotatividade de pessoal;

Divisão do trabalho e especialização do operário;

Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes;

Incentivos salariais e prêmios por produtividade;

Condições de trabalho: O conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade;

Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos;

Supervisão funcional: os operários eram supervisionados por pessoas especializadas, e não por uma

autoridade centralizada;

Homem econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais; e

A empresa era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas. O sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico.

1.5 - Princípios da Administração Científica:

Taylor pretendia definir princípios científicos para a administração das empresas. Tinha por objetivo resolver os problemas que resultam das relações entre os operários, como conseqüências modificam-se as relações humanas dentro da empresa, o bom operário não discute as ordens, nem as instruções, faz o que lhe mandam fazer.

Os quatro princípios fundamentais da administração Científica são:

Princípio do Planejamento;

Princípio da Preparação dos Trabalhadores;

Princípio do Controle e

Princípio da Execução.

1.5.1 - Princípio do Planejamento : Consiste em substituir o critério individual do operário, a improvisação e o empirismo por métodos planejados e testados.

1.5.2- Princípio da Preparação dos Trabalhadores: Consiste em selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões, prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado, e em preparar máquinas e equipamentos em um arranjo físico e disposição racional. Pressupunha o estudo das tarefas ou dos tempos e movimentos e a Lei da fadiga.

1.5.3 - Princípio de Controle: Consiste em controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com o método estabelecido e segundo o plano de produção.

1.5.4 - Princípio da Execução: Consiste em distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades para que a execução do trabalho seja o mais disciplinado possível.

2 - Fordismo

Idealizado pelo empresário americano Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, o fordismo se caracteriza por ser um método de produção caracterizado pela produção em série, sendo um aperfeiçoamento do taylorismo.

Ford introduziu em suas fábricas as chamadas linhas de montagem, nas quais os veículos a serem produzidos eram colocados em esteiras rolantes e cada operário realizava uma etapa da produção, fazendo com que a produção necessitasse de altos investimentos e grandes instalações. O método de produção fordista permitiu que a Ford produzisse mais de 2 milhões de carros por ano, durante a década de 1920. O veículo pioneiro da Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford Modelo T, mais conhecido no Brasil como "Ford Bigode".

O fordismo teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como “Os Anos Dourados”. A crise sofrida pelos Estados Unidos na década de 1970 foi considerada uma crise do próprio modelo, que apresentava queda da produtividade e das margens de lucros. A partir da década de 1980, esboçou-se nos países industrializados um novo padrão de desenvolvimento denominado pós-fordismo ou modelo flexível (toyotismo), baseado na tecnologia da informação.

2.1 - Princípios fordistas:

Intensificação;

Produtividade;

Economicidade.

3 - Toyotismo:

O toyotismo é um modo de organização da produção capitalista que se desenvolveu a partir da globalização do capitalismo na década de 1980. Surgiu no Japão após a II Guerra Mundial, mas foi a partir da crise capitalista da década de 1970 que foi caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial (modelo japonês), adquirindo uma projeção global.

O Japão foi o berço da automação flexível, pois apresentava um cenário diferente dos Estados Unidos e da Europa: pequeno mercado consumidor, capital e matéria-prima escassos, e grande disponibilidade de mãode-obra não-especializada, impossibilitavam a solução taylorista-fordista de produção em massa. A resposta foi o aumento da fabricação de pequenas quantidades de numerosos modelos de produtos, voltados para o

mercado externo, de modo a gerar divisas para a obtenção de matérias-primas e alimentos, para importar os equipamentos e bens de capital necessários para a sua reconstrução pós-guerra e para o desenvolvimento da própria industrialização. O sistema pode ser teoricamente caracterizado por quatro aspectos:

Mecanização flexível, uma dinâmica oposta à rígida automação fordista decorrente da inexistência de escalas que viabilizassem a rigidez.

Processo de multifuncionalização de sua mão-de-obra, uma vez que por se basear na mecanização flexível e na produção para mercados muito segmentados, a mão-de-obra não podia ser especializada em funções únicas e restritas como a fordista. Para atingir esse objetivo os japoneses investiram na educação e qualificação de seu povo e o toyotismo, em lugar de avançar na tradicional divisão do trabalho, seguiu também um caminho inverso, incentivando uma atuação voltada para o enriquecimento do trabalho.

Implantação de sistemas de controle de qualidade total, onde através da promoção de palestras de grandes especialistas norte-americanos, difundiu-se um aprimoramento do modelo norte-americano, onde, ao se trabalhar com pequenos lotes e com matérias-primas muito caras, os japoneses de fato buscaram a qualidade total. Se, no sistema fordista de produção em massa, a qualidade era assegurada através de controles amostrais em apenas pontos do processo produtivo, no toyotismo, o controle de qualidade se desenvolve por meio de todos os trabalhadores em todos os pontos do processo produtivo.

Sistema just in time que se caracteriza pela minimização dos estoques necessários à produção de um extenso leque de bens, com um planejamento de produção dinâmico. Como indicado pelo próprio nome, o objetivo final seria produzir um bem no exato momento em que for demandado.

O Japão desenvolveu um elevado padrão de qualidade que permitiu a sua inserção nos lucrativos mercados dos países centrais e, ao buscar a produtividade com a manutenção da flexibilidade, o toyotismo se complementava naturalmente com a automação flexível.

A partir de meados da década de 1970, as empresas toyotistas assumiriam a supremacia produtiva e econômica, principalmente pela sua sistemática produtiva que consistia em produzir bens pequenos, que consumissem pouca energia e matéria-prima, ao contrário do padrão norte-americano. Com o choque do

petróleo e a conseqüente queda no padrão de consumo, os países passaram a demandar uma série de produtos que não tinham capacidade, e, a princípio, nem interesse em produzir, o que favoreceu o cenário para as empresas japonesas toyotistas. A razão para esse fato foi que devido à crise, o aumento da produtividade, embora continuasse importante, perdeu espaço para fatores como a qualidade e a diversidade de produtos para melhor atendimento dos consumidores.

4 - Teoria Clássica da Administração

A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol e caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do Homem Econômico e pela busca da máxima eficiência.

Sofreu críticas como a manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade.

Paralelamente aos estudos de Frederick Winslow Taylor, Henri Fayol defendia princípios semelhantes na Europa, baseado em sua experiência na alta administração. Enquanto os métodos de Taylor eram estudados por executivos europeus, os seguidores da Administração Científica não deixaram de ignorar a obra de Fayol quando a mesma foi publicada nos Estados Unidos. O atraso na difusão generalizada das idéias de Fayol fez

com que grandes contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus princípios.

Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor:

Divisão do Trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica, favorecendo a eficiência da produção e aumentando a produtividade.

Autoridade e Responsabilidade - Autoridade é o direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade.

Unidade de Comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contraordens.

Unidade de Direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos.

Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização.

Prevalência dos Interesses Gerais - Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais.

Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização.

Centralização - As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas.

Hierarquia - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando a risca uma linha de autoridade fixa.

Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu lugar.

Eqüidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário da empresa.

Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem conseqüências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários.

Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo.

Espírito de Equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos.

4.1 - Fayol estabeleceu as Funções Básicas da empresa, a seguir:

Técnica – aquilo para o qual a empresa existe, o que ela faz, o que ela sabe fazer;

Comercial – compra, venda e troca de mercadorias e serviços;

Financeira – aplicação dos recursos com o objetivo de aumentar a riqueza da empresa;

Contábil – fiscalizar e controlar os atos da empresa (balanços, relatórios, inventários, etc)

Segurança – manutenção e segurança dos operários e do patrimônio da empresa;

Administrativa – responsável pelo controle e operacionalização das demais.

Determinou também as Funções Administrativas, que segundo ele seriam:

Prever - Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como eles serão alcançados.

Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas.

É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções; ou seja, ter visão de futuro, prever acontecimentos futuros que pudessem interferir nos interesses da organização;

Organizar - É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido; ou seja, por em ordem;

Comandar - Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito; pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos; fazer com que as coisas sejam executadas de acordo com o que foi decidido;

Coordenar - A implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas.

Controlar - Controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas sejam as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas.

4.2 - Considerações sobre a Teoria Clássica:

Obsessão pelo Comando - Tendo como ética a visão da empresa a partir da gerência administrativa, Fayol focou seus estudos na unidade do comando, autoridade e na responsabilidade. Em função disso, ser visto como obcecado pelo comando;

A Empresa como Sistema Fechado - A partir do momento em que o planejamento é definido como sendo a pedra angular da gestão empresarial, sendo difícil imaginar que a organização seja vista como uma parte isolada do ambiente;

Manipulação dos Trabalhadores - Bem como a Administração Científica, fora tachada de

tendenciosa, desenvolvendo princípios que buscavam explorar os trabalhadores.

5 - Abordagem Humanística da Administração Teoria das Relações Humanas

A Escola de Relações Humanas ou Teoria de Relações Humanas possuía foco no comportamento humano; ou seja, volta-se para a importância do indivíduo e em como a organização é parte dele e vice-versa. Vários autores, psicólogos em sua maioria, escreveram importantes trabalhos sobre o homem e a sua relação com as organizações, mas a Teoria das Relações Humanas somente se consolidou com George Elton Mayo que liderou uma pesquisa sobre a possível influência dos fatores ambientais sobre a produtividade do indivíduo, chamada de experiência de Hawthorne, que se tornou marco para este período. Esta experiência foi realizada na Western Eletric Company, localizada no bairro de Hawthorne, em Chicago nos EUA.

Em 1927, Mayo e seus colaboradores iniciam uma experiência que pretendeu, no início, identificar se os fatores físicos do ambiente poderiam exercer influência sobre a produtividade do trabalhador. Para isso, optaram pela luz como um fator físico ambiental.

A experiência foi dividida em três fases :

1ª - Dois grupos realizaram o mesmo trabalho em condições idênticas. Um grupo trabalhou com intensidade

de luz variável, enquanto o outro trabalhava com luz constante. Não foram encontradas variações significativas entre os dois grupos. Contudo, uma variável nova surgiu: fator psicológico.

2ª - Foi criado um grupo de observação separado do restante da fábrica, reproduzindo as mesmas condições e

equipamentos de trabalho. A produção o foi o índice de comparação entre os grupos (de estudo e os demais).

A produção aumentou no grupo de estudo. As conclusões foram de que: as moças gostavam de trabalhar na sala de provas; havia um ambiente amistoso; não havia temor ao supervisor; as moças faziam amizades entre si; e, o grupo desenvolveu objetivos comuns.

3ª - Os pesquisadores passam a estudar as relações humanas. No grupo de controle as moças consideravam humilhante a atitude da supervisão (vigilante e constrangedora).

Em 1928, teve início o Programa de Entrevistas com o objetivo de conhecer a atitude e os sentimentos dos empregados, além de ouvir suas opiniões e sugestões.

Conclusões da Experiência:

1. O nível de produção é resultante da integração social;

2. Comportamento social dos empregados;

3. Recompensas e sanções sociais;

4. Grupos informais;

5. Relações humanas;

6. Importância do conteúdo do cargo; e

7. Ênfase nos aspectos emocionais.

Com a evolução dos estudos das relações humanas, a nova visão sobre o indivíduo resulta na concepção do “homem social”, isto é, na idéia de que o homem é um ser social, que vive em grupos, que necessita do convívio social e das relações com outros indivíduos.

Como decorrência da Abordagem das Relações Humanas surge o estudo da motivação.

6 - Abordagem Neoclássica da Administração

A Teoria Neoclássica da Administração surgiu da necessidade de se utilizar os conceitos válidos e relevantes da Teoria Clássica, expurgando-os dos exageros e distorções típicos de pioneirismo e condensando-os com outros conceitos válidos e relevantes oferecidos por outras teorias administrativas mais recentes.

Ela é identificada por algumas características marcantes: a ênfase na prática da Administração, reafirmação relativa (e não absoluta) dos postulados clássicos, ênfase nos princípios clássicos de administração, ênfase nos princípios clássicos de administração, ênfase nos resultados e objetivos e, sobretudo, o ecletismo aberto e receptivo.

Esta Teoria considera a administração uma técnica social básica e enfatiza as funções do administrador (planejamento, organização, direção e controle).

7 - Abordagem Estruturalista da Administração Modelo Burocrático da Administração

Surgiu na Teoria Geral da Administração, por volta da década de 1940, quando a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas disputavam entre si o espaço na teoria administrativa e apresentavam sinais de obsolescência e exaustão para sua época.

As origens da burocracia remontam à Antigüidade histórica. A burocracia, o capitalismo e a ciência moderna constituem as três formas de racionalidade que surgiram a partir das mudanças religiosas (protestantismo).

Existem três formas de sociedade e de autoridade – tradicional carismática e burocrática. A dominação burocrática tem um aparato administrativo que corresponde à burocracia.

7.1 - Teoria Estruturalista da Administração

Surgiu por volta da época de 1950, como um desdobramento das análises dos autores voltados para a Teoria da Burocracia que tentaram conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela de Relações Humanas.

Os autores estruturalistas (mais voltados para a Sociologia Organizacional) procuram inter-relacionar as organizações com seu ambiente externo, que é a sociedade maior. Daí, a sociedade de organizações ser caracterizada pela interdependência entre as organizações. Surgindo um novo conceito de organização e um novo conceito de homem: o homem organizacional que desempenha papéis simultâneos em diversas organizações diferentes.

Esta Teoria inaugura os estudos a respeito do ambiente dentro do conceito de que as organizações são sistemas abertos em constante interação com seu contexto externo, pois até então, a teoria administrativa havia se confinado aos estudos dos aspectos internos da organização dentro de uma concepção de sistema fechado.

8 - Abordagem Comportamental da Administração Teoria Comportamental da Administração

Também conhecida como Comportamentalista ou Behaviorismo (do inglês behavior, comportamento), trouxe uma nova concepção e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem da ciência do comportamento (behavioral sciences approach), é um movimento de oposição às teorias Clássica e de Administração Científica, que, respectivamente, focaram a estrutura e a produção (o processo). É uma evolução da Teoria das Relações Humanas que se preocupa com o indivíduo e como ele funciona como age e reage aos estímulos externos.

9 - Principais Teorias sobre Motivação:

1ª - Teoria de Campo de Lewis – As pessoas não agem por causa de um ou outro fator, e sim por vários fatores que agem em conjunto sobre elas.

2ª - Teoria (ou hierarquia, ou pirâmide) de Necessidades de Maslow – segundo essa teoria, as necessidades humanas estão organizadas em níveis e somente quando um nível inferior está satisfeito é que o nível imediatamente mais elevado surge no comportamento da pessoa como motivador de suas ações.

As necessidades são:

Fisiológicas – nível mais baixo da hierarquia, trata-se das necessidades de fome, sede,...

De Segurança – busca estabilidade e proteção contra ameaças externas. Ex: dinheiro, emprego,...

Sociais – fato de estar inserido num grupo, ser aceito. Ex: associação de moradores, família,...

De Estima (ego) – como o indivíduo se vê e se avalia, necessidade de aprovação social, respeito, ser

reconhecido pelo que faz. Ex: elogio, promoção,...

De Auto-realização – as mais elevadas; relacionadas com a realização do seu próprio potencial e autodesenvolvimento; realização de sonhos, realização de algo edificante; ou seja, ser e não ter, ser feliz independentemente de ter ou não dinheiro. Ex: ajudar os outros mesmo não tendo dinheiro, Madre Tereza de Calcutá,...

3ª - Teoria dos Dois Fatores de Herzberg

Fatores Higiênicos (ou extrínsecos, insatisfacientes, de manutenção): são aqueles cuja simples existência

não geram motivação, mas desmotivam se ausentes.Ex: salário, banheiro limpo,...

Fatores Motivacionais (ou intrínsecos, satisfacientes): complementam os fatores higiênicos e geram satisfação quando atendidos adequadamente. Ex: relacionamento com a gerência, ter ciência do que representa seu cargo,...

10 - Teoria do Desenvolvimento Organizacional (D.O.)

Surgiu em 1962 como um complexo conjunto de idéias a respeito do homem, da organização e do ambiente.

D.O. é toda mudança planejada dentro da organização. O conceito tem suas raízes justamente na idéia de que uma organização é um sistema social.

Na D.O. há quatro variáveis básicas que são o ambiente, a organização, o grupo e o indivíduo e a interdependência desses quatro elementos é que permitem o alcance simultâneo dos objetivos organizacionais e individuais:

a) Meio ambiente, focalizando aspectos como a turbulência ambiental, a explosão do conhecimento, da tecnologia, das comunicações, e o impacto dessas mudanças sobre as instituições e valores sociais.

b) Organização, abordando o impacto sofrido em decorrência da turbulência ambiental e as características necessárias de dinamismo e flexibilidade organizacionais para sobreviver em um ambiente dinâmico e mutável.

c) Grupos sociais, considerando aspectos de liderança, comunicação, relações interpessoais, conflitos,...

d) O indivíduo, ressaltando as motivações, atitudes, necessidades,...

11 - Abordagem Sistémica da Administração

Tecnologia e Administração

Teoria Matemática da Administração

Teoria de Sistemas

Origem:

Surge a partir dos estudos do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy. A Teoria Geral dos Sistemas (TGS), introduzida na Administração, não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas compreender o funcionamento das organizações e sua complexidade.

Conceito:

É um conjunto ou combinação de coisas ou partes, formando um todo complexo ou unitário.

Características dos Sistemas:

a) Propósito (objetivo)

b) Globalismo (totalidade)

Natureza dos Sistemas:

a) Abertos: são, na verdade, todos os sistemas. É a sua relação com o ambiente e com outros sistemas.

b) Fechados: não existem de fato. Esta nomenclatura designa aqueles sistemas determinísticos onde os processos e comportamentos estão programados para serem sempre do mesmo jeito, ignorando o ambiente.

Parâmetros do Sistema:

a) Entrada (input, insumos): quaisquer elementos necessários ao processamento de um sistema;

b) Saída (output): todo resultado obtido por um sistema ao final de um processo;

c) Processamento (throughput, transformação): fenômeno que produz mudança; transforma os insumos em alguma outra coisa;

d) Retroação (feedback, retroalimentação): retorno da informação. Procura informar sobre falhas ou necessidades (possibilidades) de melhoria;

e) Ambiente (environment): meio em que tudo acontece; onde os sistemas funcionam; onde se processam as transformações.

1- Macroambiente: relações mais distantes da organização, mas que a influenciam direta ou indiretamente. Ex: economia, legislação, conflitos armados, mudanças políticas,...

2- Ambiente Tarefa (ou Imediato): relações do dia-a-dia da organização como seus clientes, fornecedores, concorrentes, empregados, sindicatos,...

12 - Modelo Sociotécnico de Tavistock

Segundo o autor, as organizações são formadas por dois sistemas: social e técnico. O Social abrange as pessoas e as relações entre elas. O Técnico são os recursos da organização, incluindo as pessoas quando estão ocupando seus cargos e exercendo suas funções.

13 - Características da Organização como Sistemas Abertos

1- Comportamento probabilístico e não determinístico: pode-se esperar a ocorrência de fatos e prevê-los por meio de probabilidades estatísticas. Contudo, em razão de seu caráter dinâmico e a influência do ambiente externo, não é possível determinar tudo o que possa ocorrer em uma organização.

2- Organização como parte de sistemas maiores: formadas por partes menores (sistemas dentro de sistemas).

3- Interdependência das partes: toda ação em qualquer parte do sistema envolverá outras partes (efeito onda).

4- Homeostase ou “estado firme”: equilíbrio dinâmico. Compreende a capacidade da organização de manter-se em equilíbrio.

5- Morfogênese: capacidade da organização de alterar a sua estrutura organizacional em razão das necessidades impostas pelo ambiente, pela estratégia. Alteram sua estrutura ao compararem resultados esperados e resultados obtidos e corrigir os eventuais erros.

6- Resiliência: capacidade da organização de se adaptar às modificações impostas pelo ambiente.

Capacidade de superar e enfrentar as perturbações externas.

7- Sinergia: a idéia de que o todo é maior do que a soma das partes. O funcionamento sistêmico das partes de um sistema, ou dos próprios sistemas entre si.

8- Entropia (gap): interrupção quebra falha em um processo ou sistema. A ocorrência de entropia pode interromper o funcionamento do sistema, causar-lhe algum tipo de dano sem interrompê-lo, ou ainda, pode não ser relevante e, neste caso, é ignorado.

9- Entropia Negativa: como os sistemas organizacionais não se auto-regulam, é o esforço realizado por alguém que tentará restabelecer sua sinergia, restabelecer a energia do sistema devolvendo-lhe a homeostase (equilíbrio).

14 - Abordagem Contingencial da Administração Teoria da Contingência

Ambiente: é o contexto que envolve externamente a organização. É a situação dentro da qual uma organização está inserida. Pode ser multivariado e complexo, torna-se necessário dividi-lo para poder analisá-lo de acordo com o seu conteúdo. Separaremos o ambiente em dois extratos: ambiente geral e de tarefa.

1. Ambiente Geral – é o macro ambiente, ou seja, ambiente genérico e comum a todas as

organizações. Tudo o que acontece no ambiente geral afeta direta ou indiretamente todas as organizações. O ambiente geral é constituído de um conjunto de condições comuns para todas as organizações. As principais condições são: condições tecnológicas, legais, políticas, econômicas, demográficas, ecológicas e culturais.

2. Ambiente de Tarefa – é o ambiente mais próximo e imediato da organização. É o segmento do ambiente geral do qual uma determinada organização extrai as suas entradas e deposita as suas saídas. É o ambiente de operações de cada organização. O ambiente de tarefa é constituído por:

fornecedores de entradas, clientes ou usuários, concorrentes e entidades reguladoras.

15 - Tipologia de Ambientes

15.1 - Quanto a sua estrutura:

- Ambiente Homogêneo: quando é composto de fornecedores, clientes e concorrentes semelhantes. O ambiente é homogêneo quando há pouca segmentação ou diferenciação dos mercados.

- Ambiente Heterogêneo: quando ocorre muita diferenciação entre fornecedores, clientes e concorrentes, provocando uma diversidade de problemas à organização. O ambiente é heterogêneo quando há muita diferenciação dos mercados.

15.2 - Quanto a sua dinâmica: [3]

- Ambiente Estável: é o ambiente que se caracteriza por pouca ou nenhuma mudança. É o ambiente onde quase não ocorrem mudanças, ou, se houver, são mudanças lentas e perfeitamente previsíveis. É um ambiente tranqüilo e previsível.

- Ambiente Instável: é o ambiente dinâmico que se caracteriza por muitas mudanças. É o ambiente onde os agentes estão constantemente provocando mudanças e influências recíprocas, formando um campo dinâmico de forças. A instabilidade provocada pelas mudanças gera incerteza para a organização.



[1] Texto de apoio nº. 01- Administrando em Tempos de Grandes Mudanças - Para o Curso Administração Estratégica – EDUCARE Centro de Desenvolvimento Humano – (054) 3331-3835 – Cópias autorizadas desde que citadas a fonte. Economista responsável: Ervino Paulo Vogelmann

[2] Texto compilado pelo professor Ervno Paulo Vogelmann para o Curso de Preparação ao Concurso do INSS/2011. Einsteen Concursos.

[3] Texto compilado por E P Vogelmann para ser utilizado na preparação ao concurso do INSS. (Introdução ao estudo da Administração sob a ótica de Max Weber.

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