Economias Periféricas - Professor Ervino
Material Disponibilizado pelo Professor Ervino Paulo Volgemann
Economias Periféricas
Por Eduardo de Freitas
Existem várias expressões para designar os países de menor desenvolvimento, tais como subdesenvolvidos, terceiro mundo, pobres, entre outros. Há também uma forma bastante difundida para a classificação de países com características econômicas inferiores, denominada de economias periféricas, que se difere das economias centrais, ou seja, de países desenvolvidos.
Essa expressão surgiu na década de 50, na América Latina, estabelecendo uma ligação entre o sistema capitalista e seus reflexos negativos relacionados às desigualdades sociais, desse modo as economias periféricas ficariam fora do desenvolvimento e da acumulação de capitais, ou seja, da prosperidade econômica. Lembrando que muitos países que se configuram socialistas, como Coréia do Norte e Cuba, também enfrentam o problema da pobreza, deixando evidente a ineficácia da idéia de que apenas o capitalismo é responsável pela pobreza.
Nesse mesmo contexto foi criada uma expressão para designar outra categoria de países, denominados de semiperiferia, nos quais se enquadram um grupo de nações que possui características de subdesenvolvimento, porém já alcançou um nível mais elevado de industrialização, podemos destacar nesse grupo Turquia, Índia, Brasil, Argentina, México entre outros.
Industrialização Tardia
Muitos países subdesenvolvidos e de economias periféricas se encontram localizados geograficamente no hemisfério sul, às vezes são referidos como países do sul, ou seja, subdesenvolvidos.
A partir dessa afirmação fica fácil identificar os países e continentes de economia e industrialização frágeis, localizados, sobretudo, no Continente Africano, América Latina, Ásia e alguns países da Oceania. Faz-se necessário ressaltar que essa condição dos continentes mencionados são heranças do processo passado de colonização e descolonização.
Um país de economia periférica é o retrato de um baixo nível de industrialização, apesar de que nas últimas décadas esse panorama tenha se modificado um pouco. Os países de economias periféricas geralmente têm sua atividade econômica restrita à produção primária (agricultura, pecuária, extração de recursos naturais, mineração), quando existem indústrias a produção se resume em bens de consumo não-duráveis.
Apesar de estarmos em pleno século XXI, muitos países ingressaram somente agora na perspectiva da Primeira Revolução Industrial, isso significa que suas indústrias produzem mercadorias de baixa tecnologia como tecidos, móveis, bebidas, alimentos entre outros. Poucas foram as economias desse grupo de países que ingressaram na Segunda Revolução Industrial que tem como base de produção a fabricação de automóveis, eletrodomésticos entre outros bens de consumo.
Esse atraso de industrialização em relação às grandes economias mundiais é denominado de industrialização tardia ou retardatária, isso quer dizer que essas economias só entraram muito depois da Primeira Revolução Industrial, que teve início no final do século XVIII, início do século XIX, na Inglaterra, portanto são quase cem anos de atraso em relação aos primeiros países a se industrializar como Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica entre outros.